NOSSA CONFRARIA

Somos um grupo de mulheres de profissões diversas e um interesse comum: o VINHO. Nos reunimos mensalmente na terceira terça-feira do mês. Uma de nós é escalada como responsável pelo evento: escolhe o local do encontro, os vinhos e o que vamos comer. Sempre há um tema proposto pela organizadora e como será a degustação. Às vezes às cegas, outras não. Procuramos escolher temas diferentes, vinhos diferentes e no final, nos divertimos bastante. Tudo é levado muito à sério, ao mesmo tempo, com descontração. (Na foto: Isa Pudles, Sueli Rita, Marian Guimarães, Márcia Toccafondo, Maria do Carmo Bado, Eunice Rocha, Ana Teresa Londres, Marlene Beck, Sandra Lunedo, Analzira Carneiro e Mônica Meira. Está faltando nossa presidente, Sandra Zottis)

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

CAMINHOS CRUZADOS e MARGARIDA

A CAMINHOS CRUZADOS é uma vinícola portuguesa da região do Dão que tivemos o prazer de conhecer em setembro de 2015 por ocasião da feira de vinhos em Nelas, distrito de Viseu. Este ano, Lígia Santos, a jovem produtora da Caminhos Cruzados, esteve em Curitiba e nos ofereceu alguns dos seus vinhos.
Esta semana,  nossa confraria se reuniu no restaurante Cordon Blanc, Curitiba, onde jantamos e degustamos três vinhos Titular da Caminhos Cruzados, além de um branco alentejano, Margarida, da Monte dos Cabaços.
A Caminhos Cruzados é um vinícola jovem, fundada em 2011. Paulo Santos e sua filha Lígia são os proprietários e realizaram o sonho de fazer vinhos. Ela, formada em direito e com apenas 29 anos, está à frente dos negócios. Começaram com a produção dos vinhos Titular, já existente e antigos em Portugal, os quais, com rebranding da marca, tiveram sua produção renovada e aprimorada. Posteriormente adquiriram a Quinta do Teixuga e a marca Quinta do Santar e Quinta de Nelas. No ano passado, estivemos em sua antiga sede, mas hoje, eles já estão produzindo em uma nova e moderna adega. A produção de vinhos iniciou em 2012 com o primeiro vinho com a marca Titular da casta Jean. Atualmente eles têm em seu portfólio nove diferentes vinhos com a marca Titular, quatro Terras de Santar, três Terras de Nelas e um Teixuga. Este, branco e com produção muito pequena. Outro Teixuga, tinto 2014, ainda está na barrica, sem data para ser lançado. Os vinhos Teixuga são produzidos com vinhas velhas, idade entre 40-50 anos. 
Este vídeo abaixo, que se encontra no site da Caminhos Cruzados, conta toda a história da vinícola e seus vinhos.
A nossa reunião começou com degustação inicialmente às cegas, tentando desvendar qual vinho não era do Dão. Houve opiniões acertadas e outras não. Em seguida tentamos desvendar os aromas e o que sentimos na boca em cada vinho. Finalmente passamos ao jantar!

VINHOS DEGUSTADOS:
1 - TITULAR - 2015 - Encruzado/Malvasia fina - Dão, Portugal. Produtor: Caminhos Cruzados. Vinho branco muito agradável, bela acidez, frescor, mineral, aromas florais.  Vinho alegre. Foi bem elogiado pelas participantes. A uva Encruzado dá estrutura, enquanto a Malvasia dá elegância e aromas florais. Combina bem com frutos do mar e aperitivos. Teor alcoólico: 13,2%. Detalhes da ficha técnica neste link. Sem importadora no Brasil.

2 - MARGARIDA - 2011- Encruzado - Alentejo, Portugal. Produtor: Vinícola Monte dos Cabaços. 14% de álcool. Fermentado em cuba de inox e uma pequena porção passa seis meses por barricas de carvalho francesa usadas, o que dá longevidade ao vinho sem exagero na madeira. Apresenta um aroma de fruta madura, muito leve em baunilha. Na boca tem estrutura, acidez moderada e um leve amargor final. Importado pela Adega Alentejana. Harmonizou muito bem com camarão empanado servido com molho bérnaise.
Um pouco sobre Margarida Cabaço, sua vida, o restaurante São Rosas em Estremoz em que é proprietária e seus vinhos, você pode ler neste link.

3 - TITULAR JAEN - 2014 - Dão, Portugal. Produtor: Caminhos Cruzados. Vinho de cor rubi de média intensidade, aromas frescos, muita fruta vermelha, um pouco mineral. Na boca o vinho é redondo, com taninos suaves, sem exagero. Não estagia em madeira e tem 12,9% de álcool. Deve ser servido refrescado. Combina bem com bacalhau, massas e carnes mais leves. Detalhes da ficha técnica neste link. Sem importadora no Brasil.




4 - TITULAR TOURIGA NACIONAL - 2013 - Dão, Portugal. Produtor: Caminhos Cruzados. Tinto de cor rubi intenso, leve na madeira, muitas frutas vermelhas no aroma, com frescor. Na boca os taninos estão bem resolvidos. A casta Touriga Nacional é a principal tinta do Dão, e aqui está bem domada, nada agressiva. Como a região do Dão é mais fresca devido aos ventos e às montanhas, seus vinhos não são tão alcoólicos como os encontrados no Douro. Este tinto reflete bem esta característica da região. Possui 13% de álcool. É um vinho bem gastronômico e harmoniza bem com carnes vermelhas e caças. Ficha técnica neste link. Sem importadora no Brasil.

Todos estes vinhos foram degustados em jantar no restaurante Cordon Blanc, Curitiba. Novo, no bairro do Bacacheri, o restaurante comandado pelo chef Fábio D'Angelis foi uma surpresa. Comida excelente.
MENU
Couvert - Fondue de queijo brie, torrados e espetinho (queijo, cebolinha e azeitona)
Complemento do couvert - Empanada de pato confitado e desfiado com queijo parmesão. Deliciosa!
Entrada - Camarão empanado ao molho bérnaise (foi minha opção - delicioso, crocante, bem sequinho, combinou bem com o vinho Margarida)
ou Carne de siri e torradas ou Mariscos gratinados com cebola roxa.
Prato principal - Congrio negro ao molho bérnaise (quem optou por este peixe gostou muito).
Ou Mignon ao molho de ervas frescas e cogumelos frescos acompanhados de batata sautée e legumes. Esta foi minha opção e o prato estava excelente com a carne no ponto. Harmonizou muito bem com os vinhos tintos.
Antes da sobremesa veio um pequeno sorbet de limão.
Como sobremesa tinha Peras Cordon Blanc, peras cozidas e sorvete. As peras tinham pouquíssimo açúcar.
Outra opção era o Crumble de mirtilo com pistache na cobertura e sorvete de baunilha. Muito bom!
Estavam presentes Analzira Carneiro (a organizadora do evento), Ana Teresa Londres, Maria do Carmo Bado, Mônica Meira, Marlene Beck, Márcia Toccafondo, Eunice Rocha, Sandra Zottis, Isa Pudles e Sabine Villatore.

Consulta: 
Margarida 2011 - Adega Alentejana
Fugas Vinho - Margarida Cabaço

Serviço:
Rua Equador 181, Bacacheri -  Curitiba
Tel:41 3077-1900

sábado, 13 de agosto de 2016

VINHAS VELHAS

Foto Revista Adega
O que são "vinhas velhas"?
Com esta pergunta, Marlene Beck, na reunião da Confraria Feminina do Vinho de Curitiba, incitou todas nós a pensar um pouco. Vinhas de 80? 50? 30 anos?
Não existe uma resposta exata. Depende de cada produtor. Não existe normatização para classificar as vinhas em "velhas".
São consideradas "vinhas velhas"aquelas com mais 25 ou 30 anos. Para alguns enólogos e produtores, acima dos 40 anos. As videiras começam a produzir após 3 ou 4 anos. Para que tenham mais qualidade, os vinicultores esperam pelo menos 8 anos. Quanto mais velhas, mais as raízes se aprofundam, buscando melhores nutrientes, o que dá ao vinho complexidade, concentração, caráter, equilíbrio e identidade. Com o passar da idade, as videiras diminuem sua produção mas aumentam sua qualidade. O produtor português Luis Pato considera uma vinha tinta "velha" a partir de 40 anos e uma videira branca "velha" a partir de 25 anos. Produzir um vinho com "vinhas velhas" tem um custo maior pois o rendimento é muito menor. Alguns produtores produzem determinados vinhos apenas com videiras antigas, como é o caso do lendário vinho espanhol Vega Sicilia Unico, de Ribera del Duero, Espanha. A idade média das videiras é de 35 anos.

Na nossa reunião da confraria, realizada em julho deste ano, degustamos às cegas alguns vinhos tentando desvendar seu caráter.

VINHOS DEGUSTADOS:
1 - Château des Gillières 2012 - Vielles Vignes- Muscadet sur lie- Sèvres er Maine (Vale do Loire) França (Importadora Decanter). 12% de álcool. R$132,00.
Vinho branco muito agradável, cor amarelo pálido, com frescor, aroma de lima, maçã verde, iodo, crustáceo, muito frescor. Harmoniza bem com ostras, frutos do mar, aves e carnes brancas.
Produzido com uva Muscadet, também conhecida como "Melon de Bourgogne". Sur lie, significa que o vinho ficou algum tempo sobre as leveduras, em contato com as cascas, sobre borras. Isto dá complexidade e um aroma característico aos vinhos bancos do Vale do Loire.

2 - Real de Aragon 2010, Calatayud - Espanha - uva Garnacha. Produtor Pagos de Familia Langa, 14,5% de álcool. (Importadora Grand Cru). R$ 120,00.
Produzido com uva Garnacha de vinhedos com cerca de 80 anos. Envelhecido por 12 meses em barricas de carvalho americano. Vinho de cor bem púrpura, intenso, potente, alcoólico. Aromas de pimenta, especiarias, baunilha, tostados, frutas vermelhas e fermento. Bom corpo e persistência na boca. Harmoniza com carnes vermelhas, ensopados com molhos densos.

3 - Alto de Piedras Carmenère 2011, produtor De Martino, Vale do Maipo, Chile. Possui 13% de álcool e custou R% 187,00 na importadora Decanter.
Tinto de cor rubi bem intenso, produzido com uvas Carmenère de videiras com idade média de 24 anos. Envelhecido em barricas de carvalho francês de diversas idades por 24 meses. No inicio apresentou aromas de soubois, estrebaria, um tanto desagradável que aos poucos foi melhorando dando lugar a aromas de pimenta, frutas vermelhas maduras, tabaco, especiarias e menta. Na boca é um vinho potente, com bons taninos e bom final. Harmoniza com carnes vermelhas, caça, molhos densos. No guia de vinhos chilenos Descorchados recebeu 94 pontos.

4 - Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2010 - Douro, Portugal. R$380,00 em loja no Mercado Municipal (Importadora Qualimpor)
Vinho produzido com 25 a 30 variedades de castas de vinhas velhas, com idade média de 70 anos. Na região do Douro era comum que as castas fossem plantadas todas misturadas no mesmo vinhedo, e assim, são vinificadas.
Vinho tinto de alta complexidade, envelhecido por 18 meses em barricas francesas (85%) e americanas (15%).
Aromas intensos de especiarias, algo balsâmico, frutas vermelhas e um pouco de baunilha. Na boca com taninos agradáveis, intenso, equilibrado e bom final de boca. Tem 14% de álcool.

Este encontro foi no restaurante Terra Madre, Curitiba. Nos foi servido além do couvert, um Mignon grelhado com gnocchi ao molho de cogumelos trufados e terminamos a refeição com uma Pana cota com frutas vermelhas.



Consulta:
Château Gillières
Revista Adega
Quinta do Crasto
Vinho Alto Piedras - Importadora Decanter
Real Aragon

Serviço:

Terra Madre Ristorante: Rua Desembargador Otávio do Amaral, 515 - Bigorrilho - Curitiba
Tel: 41 33356070